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Desfecho do impeachment, cassação de Cunha e Olimpíadas: agosto, o mês interminável

Política brasileira encerrará processos de 2015 sob os olhos de atletas do mundo inteiro

por Eriksson Denk

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Eduardo Cunha: fim do processo de cassação / LULA MARQUES/Agência PT

 

“Agosto é o mês do cachorro louco” é uma frase tão surrada quanto verídica. A partir desta segunda-feira (1.º), o Brasil entra no mês decisivo da votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado, da cassação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) pelo plenário da Câmara, do acirramento das disputas eleitorais municipais e como pano de fundo viverá as Olimpíadas do Rio de Janeiro, primeiros Jogos na América do Sul.

Para especialistas, a atipicidade da situação não encontra comparativo recente no país. “É uma situação histórica bastante incomum, mas ela traz um lado extremamente positivo. Um dos principais legados da crise de representatividade é a comprovação de que esse sistema político é inadequado. Não podemos mais enfrentar com naturalidade uma crise de valores. A Constituição de 1988 aliou um presidencialismo ruim com um parlamentarismo nascente. Foi um passo importante para a época, mas ela precisa ser revista”, afirma Alceni Guerra, ex-ministro do governo Collor e deputado federal pelo Paraná na Assembleia Constituinte. “Vivemos uma era de denúncias jamais vistas. É a oportunidade ideal para trocar o modelo político. Os desfechos de agosto podem dar novo fôlego para essas reformas”.

Paulo César Nascimento, professor e cientista político da Universidade de Brasília (UnB), diz acreditar que agosto pode encerrar um ciclo. “É um mês muito carregado de conotação política. Acho que vai ser o fim de um ciclo e começo de outro. A cassação de Eduardo Cunha (PMDB) deve acontecer com mais naturalidade. O impeachment também, talvez nem mesmo o PT acredita na reversão. Espero que esses eventos findem a instabilidade. Ainda estamos muito presos na perspectiva dessas votações.”.

Dilma

 

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