Brasil – A roça do mundo?
A alta quase diária dos combustíveis, mostra de forma mais clara a estratégia dos que acham que o Brasil será eterna colônia, um mero fornecedor de matéria prima.
Por Aluisio Arruda*
A Petrobras detém 10% do nosso PIB, é uma empresa muito importante para nosso parque industrial, assim como a Eletrobras e outras. O que há muito tempo trabalham com a tal política do “livre mercado”, do liberalismo, das privatizações, é quebrar nosso parque industrial que já foi de 25% do PIB e hoje, principalmente devido a essas políticas, está em 10%, inviabilizando aos poucos o desenvolvimento do Brasil.
Essa velha política liberal, do “livre mercado”, de privatizações jamais serviu às grandes nações. A prova é a recente medida tomada por Donald Trump de sobretaxar o aço e outros produtos importados do Brasil, China, Alemanha, França e outras. Para justificar Trump responde “America First”; ou primeiro devo salvar nossas indústrias, os demais que se explodam. Outras provas estão na história desde a primeira revolução industrial começando pela Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, Japão, enfim os chamados países desenvolvidos. Nenhum deles aceitou o “livre mercado”. Todas protegeram suas indústrias e garantiram o seu autônomo desenvolvimento. O Japão, mesmo invadido pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra, jamais aceitou sua política de “livre mercado”.
O tal liberalismo, “livre mercado”, privatização (principalmente de setores estratégicos), na verdade é uma estratégia das grandes nações para impedir o desenvolvimento das demais, impedindo que estes desenvolvam indústrias e concorram com elas, diminuindo suas vendas de produtos e seus lucros. Essa velha guerra existe, desde que mundo é mundo, os grandes subjugando, explorando, roubando as riquezas dos mais fracos.
A história do Brasil mostra inclusive que todos os governantes que se opuseram a essa política, foram derrubados, banidos ou presos, desde Getúlio Vargas, João Goulart, Dilma, e agora Lula. E paradoxalmente com significativo apoio de políticos, de instituições como Judiciário, a elite e grande parte da classe média, parcela das Forças Armadas e a mídia hegemônica. Esta como dizia o líder vietnamita Ho Chi Min, “quem paga a banda, escolhe a música”. Quem paga a Rede Globo e as demais?
Ao povo brasileiro que realmente deseja o progresso, a independência, o bem-estar social, condições dignas de vida e de trabalho, só resta um caminho. Ou tomamos pelas mãos os nossos destinos ou o Brasil estará condenado a ser a “roça do mundo”, eterna colônia, mero fornecedor de matéria prima, de preferência in natura.
*Aluisio Arruda é jornalista, arquiteto e urbanista