Rejeição da reforma na CAS amplia chances de vitória sindical
Vitória dos trabalhadores, derrota do governo. A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitou nesta terça (20), por 10 votos a 9, o relatório da reforma trabalhista elaborado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que reproduzia o texto aprovado pela Câmara.
Com a rejeição do relatório de Ferraço, a presidente da CAS, Marta Suplicy (PMDB-SP), pôs em votação relatório de Paulo Paim (PT-RS) vetando o texto de Ferraço – que foi aprovado de forma simbólica. Mas a tramitação da reforma ainda passa pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e segue a plenário, que poderá votá-la entre os dias 4 e 5 de julho.
O texto já havia sido aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Dia 13, o relator leu parecer favorável à aprovação da reforma e rejeitou todas as emendas ao texto, mantendo o teor do projeto aprovado na Câmara.
Comissão no Senado rejeita relatório da reforma trabalhista
Diap – Para o diretor do Diap Antônio Augusto de Queiroz, a derrota do governo significa “uma injeção de ânimo no movimento sindical, que estava um pouco desanimado frente à perspectiva de placar adverso na Comissão de Assuntos Sociais”. “Essa reviravolta mostra que os senadores estão permeáveis ao desgaste do governo, principalmente quando se aproxima o período eleitoral. Está cada vez mais claro que um governo com tamanha ilegitimidade não tem como conduzir reformas tão profundas”, avalia Toninho.
O diretor do Diap diz que a vitória reforçará a mobilização sindical nas bases e também nas lutas unitárias. “As chances do projeto retornar à Câmara dos Deputados aumentaram fortemente”, ele afirma.
Toninho é diretor de documentação do Diap
Pressão – Logo após a votação na CAS, a Agência Sindical ouviu Lourival Figueiredo Melo, presidente da Feaac no Estado de SP e secretário-geral da CNTC. A ação que resultou em vitória na CAS, segundo ele, precisa prosseguir. “Mais do que nunca, devemos dialogar com os senadores e mostrar em suas bases eleitorais o nosso descontentamento”, afirma.
Há meses, a CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio) mantém equipe técnica em contato diário com os senadores ou suas assessorias. A entidade também orienta e municia seus filiados no corpo a corpo com senadores em suas bases. “Avançamos. Mas é preciso afinar esse trabalho, expor nossas posições e dialogar”, recomenda Lourival.
O secretário-geral da CNTC elogia o senador Paulo Paim. Ele diz: “Paim tem sido um soldado incansável da nossa causa. Sabe ser firme na defesa de princípios, mas também se mostra flexível na hora de dialogar e negociar”.