“Janela” altera bancadas partidárias na Assembleia Legislativa.
Com filiação de André Bueno, PSDB é segunda bancada (foto: Valquir Aureliano)
A “janela” partidária que deu 30 dias para os políticos mudarem de sigla sem o risco de perder o mandato terminou no último sábado, e alterou significativamente as bancadas na Assembleia Legislativa. O maior beneficiado foi o PSD, que ao atrair a filiação do secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano e deputado estadual Ratinho Júnior, conquistou o “passe” de outros seis parlamentares do PSC que o seguiram, tornando-se a maior legenda do Legislativo estadual, com nove cadeiras.
Ratinho mudou de partido a convite do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e com a garantia de legenda para disputar o governo do Estado em 2018. Sua principal concorrente é a vice-governadora Cida Borghetti, que também trocou de legenda, deixando o PROS (Partido Republicano da Ordem Social) a quem ela havia se filiado em 2013, voltando ao PP também como pré-candidata à sucessão do governador Beto Richa (PSDB).
Um dos que perderam foi o PMDB do senador Roberto Requião. A postura intransigente de Requião, que exigiu a saída dos parlamentares que apoiam o governador Beto Richa (PSDB) na Casa fez a bancada do partido perder metade de seus deputados. O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli e outros três parlamentares: Alexandre Curi, Artagão Júnior e Jonas Guimarães abandonaram a sigla e se filiaram ao PSB do deputado federal e ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. Com isso, o PSB passou a ter sete parlamentares, se tornando a terceira força da Assembleia.
No “meio”, o PSDB de Richa passou de sete para oito deputados, com a filiação de André Bueno, que deixou o PDT. Assim, os tucanos passaram a ser a segunda maior bancada da Casa. Na Câmara Federal, o partido atraiu o deputado Nelson Padovani, que deixou o PSC. Em compensação, perdeu Alfredo Kaefer, que dizendo-se “desprestigiado” pelo partido e por Richa, se filiou ao PSL.
Ainda na Câmara Federal, Toninho Wandscheer, que já havia trocado o PT pelo novato “Partido da Mulher Brasileira” (PMB), aproveitou a “janela” para mudar de novo e se filiar ao PROS. A deputada Christiane Yared trocou o pequeno PTN pelo PR (Partido da República).
Na Assembleia, o PSC, que iniciou a legislatura com a maior bancada, perdeu mais dois parlamentares para outras siglas: Cláudia Pereira, que foi para o PSB; e missionário Ricardo Arruda, que se filiou ao Democratas. Adelino Ribeiro trocou o PSL pelo PRB.
No Senado, Alvaro Dias trocou o PSDB pelo PV em busca de espaço para disputar a presidência da República, em 2018.
Na Câmara Municipal de Curitiba, o PT foi quem mais perdeu com a “janela”. Acuado pela avalanche de denúncias de corrupção oriundas da operação Lava Jato, o partido perdeu dois dos seus três vereadores na Casa: Pedro Paulo e Jonny Stica, que aderiram ao PDT do prefeito Gustavo Fruet. Colaborou para isso a decisão do PT de romper a aliança com Fruet para lançar candidato próprio à sucessão municipal.
Congresso
Até a sexta-feira, véspera do fim da “janela”, a Câmara Federal contabilizava 63 deputados que mudaram. O número representa 12% do total de parlamentares da Casa. A maior parte do troca-troca ocorreu entre partidos pequenos ou fundados recentemente.
Dos partidos com representação na Casa, o que mais perdeu representantes nesse período foi o PMB. A legenda teve o funcionamento autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral em setembro do ano passado. Por outro lado, quem mais ganhou deputados nesse período foi o PR, Partido da República.
Fonte: Bem Paraná, 21 de março de 2016.
Fonte: sintracimento.org.br