Servidores querem retirada de projeto que adia reajuste; governo diz que greve é política
Até o momento, houve o anúncio da suspensão – e não da retirada – do projeto do governo que corta reajuste para o funcionalismo público do Paraná
por Antoniele Luciano e Euclides Lucas Garcia
O anúncio da suspensão do projeto do governo que corta reajuste para o funcionalismo público do Paraná não foi suficiente para barrar a mobilização de servidores de diferentes categorias. Segundo o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES), caso não haja retirada da Mensagem 43, que trata do assunto, na Assembleia Legislativa, a greve de professores universitários e da educação básica deve ser engrossada depois do dia 19, próxima quarta. Será nesta data o governo irá se reunir com representantes dos trabalhadores para negociar um desfecho para a situação.
Coordenadora do FES e diretora da APP-Sindicato, Marlei Fernandes afirmou que, a princípio, a suspensão da tramitação do projeto no Legislativo não muda nada. “Fizemos uma avaliação do documento e entendemos que não é a proposta dos servidores. A nossa proposta é retirar o projeto, manter a data-base e abrir negociação sobre todas as dívidas com o servidor, como contratações e progressões”, diz. Conforme a sindicalista, na próxima semana, os servidores devem buscar apoio de deputados.
O anúncio da suspensão do projeto do governo que corta reajuste para o funcionalismo público do Paraná não foi suficiente para barrar a mobilização de servidores de diferentes categorias. Segundo o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES), caso não haja retirada da Mensagem 43, que trata do assunto, na Assembleia Legislativa, a greve de professores universitários e da educação básica deve ser engrossada depois do dia 19, próxima quarta. Será nesta data o governo irá se reunir com representantes dos trabalhadores para negociar um desfecho para a situação.
Coordenadora do FES e diretora da APP-Sindicato, Marlei Fernandes afirmou que, a princípio, a suspensão da tramitação do projeto no Legislativo não muda nada. “Fizemos uma avaliação do documento e entendemos que não é a proposta dos servidores. A nossa proposta é retirar o projeto, manter a data-base e abrir negociação sobre todas as dívidas com o servidor, como contratações e progressões”, diz. Conforme a sindicalista, na próxima semana, os servidores devem buscar apoio de deputados.
Entre os integrantes do governo e deputados aliados na Assembleia Legislativa, a alegação mais recorrente é a situação financeira dos outros estados. Eles citam principalmente o Rio Grande do Sul, que está pagando o salário do funcionalismo em parcelas de apenas R$ 180. “O Paraná é o único estado pagando em dia os seus servidores. Eles têm de dar graças a Deus que por aqui tudo está certo”, diz um membro do staff do governo Beto Richa (PSDB).
Tachando os professores de “injustos” com o governo, eles defendem que a paralisação tem caráter político, sobretudo pelo fato de parte da direção da APP ser ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT). “É um desespero político completo, depois de a esquerda perder credibilidade. Basta ver o resultado dessas eleições.”
Para a cúpula governista, a greve só foi deflagrada devido à ocupação por estudantes de 300 escolas em todo o estado. “Isso resolve a questão do desconto em folha dos dias parados”, diz um parlamentar da base.
Resposta
De um lado, o Executivo cobra dos professores que sentem à mesa e negociem. Eles argumentam que, desde o início, já havia ficado claro que o projeto que suspende a data-base só seria votado a partir do fim do mês de novembro na Assembleia. “É preciso ter juízo. Sentar e negociar”, afirma um governista.
Em paralelo, aliados de Richa defendem uma campanha de comunicação maciça. O objetivo seria mostrar o cenário econômico nacional, os ganhos reais dos servidores na gestão do tucano e o prejuízo à população se todo o orçamento for alocado no pagamento de pessoal. “Também temos que mostrar que essa greve ocorre num momento muito ruim, com Enem e vestibular batendo à porta. Não dá para ceder tanto e prejudicar todo mundo. Os professores precisam pensar um pouco menos em si e mais na comunidade.”
Outras categorias
Além dos trabalhadores da saúde, que seguem com assembleias regionais até a semana que vem, discutem deflagração de greve servidores dos setores de meio ambiente e agricultura, penitenciárias estaduais e Polícia Civil.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins (Sindseab), Donizetti Silva, disse que a categoria discutiu em agosto o indicativo de greve e está nos ajustes finais para aderir à paralisação até o dia 25. “Como estamos vendo que a possibilidade de não sair reajuste está se concretizando, vamos caminhar para a greve também. No ano passado, tivemos acordo chancelado pelo Ministério Público e agora esse projeto”, afirmou.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) já tem reunião marcada para o dia 20 sobre a greve. A entidade vai aguardar o desenrolar das negociações no dia 19 para decidir se adere ou não à paralisação dos professores. “Dependendo de como for, faremos assembleia. Se pararmos, a adesão será quase total”, acredita o diretor sindical Vilson Brasil.
Na área da Saúde, o Sindsaúde deve decidir se adere ou não à paralisação dia 25. Por enquanto, a entidade tem feito assembleias regionais nos locais de trabalho da categoria.
Fonte: Gazeta do Povo, 14 de outubro de 2016.
Fonte: sintracimento.org.br