Ocupação de escolas em cidades do Paraná preocupa a Justiça Eleitoral
Pelo menos 83 das 688 unidades de ensino ocupadas por estudantes são usadas como locais de votação
Por José Marcos Lopes
Aos menos 83 escolas que são usadas como locais de votação nas três cidades paranaenses que terão segundo turno das eleições, no dia 30 de outubro, estão ocupadas por estudantes que protestam contra a reforma do ensino médio. Segundo a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), os cartórios eleitorais já estão trabalhando para encontrar novos locais de votação em Curitiba, Maringá e Ponta Grossa. O tribunal terá de comunicar os eleitores que votam nessas escolas caso as ocupações sejam mantidas até o segundo turno.
Na terça-feira (18) à tarde, o número de estabelecimentos ocupados por estudantes chegou a 688 em todo o estado, segundo o movimento Ocupa Paraná. Em Curitiba, das 85 escolas em que há estudantes acampados, 66 são utilizadas como locais de votação; em Ponta Grossa, são 22 ocupações em escolas, 11 delas usadas nas eleições; e em Maringá são cinco locais de votação ocupados, de um total de 16 estabelecimentos de ensino onde os alunos protestam.
O levantamento foi feito com base na lista de escolas ocupadas, divulgada pelo Ocupa Paraná, e a relação de locais de votação nas três cidades, publicadas pelo TRE-PR. Os números podem mudar, pois as ocupações vêm aumentando a cada dia.
Na terça, o governador Beto Richa comentou em Brasília que “estranha” o fato de tantas ocupações no Paraná. “O estranho é que é só no Paraná que acontece isso. Poucos fatos isolados em alguns estados, mas no Paraná 600 escolas ocupadas”, afirmou. “Nossa expectativa é que elas (as ocupações) acabem nessa semana, mesmo porque em Curitiba, Maringá e Ponta Grossa temos eleições do segundo turno dia 30 e no dia 31 tem a prova do Enem, que eu não sei como vão se realizar essas provas com as escolas ocupadas”.
Relatório
Richa e a secretária de Estado da Educação, Ana Seres, entregaram ontem ao ministro da Educação, Mendonça Filho, o relatório dos seminários que debateram com a comunidade escolar a proposta do governo federal de reforma do ensino médio. “Trouxemos ao ministro o resultado dessas participações, e ele atenciosamente nos recebeu e se comprometeu a analisar nossas contribuições”, afirmou o tucano. “É necessária uma modernização do ensino médio no país. A intenção é aprimorarmos a proposta”.
Segundo Ana Seres, cerca de 85% dos participantes dos seminários criticaram a forma como foi encaminhada a reforma, ou seja, por meio de Medida Provisória do governo federal. “Mas é praticamente unanimidade que o ensino médio precisa de reformas”, comentou a secretária. De acordo com ela, o Paraná foi o primeiro estado a propor o debate aberto com a comunidade escolar sobre a Medida Provisória (MP) 746/2016. “Nos comprometemos com a comunidade escolar a entregar essas contribuições ao ministro e foi isso que nós fizemos nesta terça-feira”.
Fonte: Bem Paraná, 19 de outubro de 2016.
Fonte: fetraconspar.org.br