Fim da desoneração fiscal ameaça emprego de 26 mil paranaenses
Número é referente a 10% dos postos do setor de transporte de cargas, segundo a Fetranspar
Empresas do transporte de cargas: fim da desoneração vai elevar custo da folha (foto: Franklin de Freitas)
O fim da desoneração da folha de pagamento, prevista para agosto deste ano, vai elevar os custos e reduzir a margem de lucro das transportadoras. Neste novo cenário, só no Paraná, o setor estima que 10% dos 260 mil postos sejam ameaçados, segundo os dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logísitica (NTC& Logística). 26 mil trabalhadores podem perder os seus empregos em uma das 22 mil empresas do estado com o fim deste benefício.
O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli, afirma que a instituição de classe em conjunto com a NTC&Logística, órgão que representa as empresas em âmbito nacional, tentarão demover do governo a inteção do fim da desoneração. “Buscaremos alternativas para que o Governo Federal mude de ideia, apresentando dados e números que demonstram o impacto negativo no setor de transportes de cargas em um momento em que o país vive uma delicada crise de desempregos”, diz.
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes do Paraná (Setcepar), Marcos Battistella, o transporte rodoviário de carga perde até 2% de sua margem e a mudança pode representar uma nova onda de demissões. “Você volta a onerar empresas que estão sufocadas e com poucas margens positivas. O empresário até pode tentar negociar com os clientes, mas eles estão irredutíveis na questão de repasse de custo e as empresas estão no limite, sem condições de pagar mais imposto”, declara.
Benefício entrou em vigor em 2013
O fim do benefício faz parte das medidas para contenção de gastos anunciadas em março pelo governo. A desoneração, implantada em 2013, na gestão Dilma Rousseff (PT), fazia com que as empresas deixassem de recolher 20% de impostos sobre a folha de pagamento e passassem a recolher de 1% a 2% sobre a receita.
Para Wagner de Souza, diretor da transportadora Luzza Encomendas e presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná (Sintropar), a desoneração foi um paliativo que ajudou o TRC a se manter enquanto a crise econômica se agravava.
A transportadora Luzza tem 250 funcionários e a despesa com a folha, segundo Souza, vai aumentar R$ 35 mil mensais. “Como melhorar a economia tirando dinheiro do próprio setor produtivo? ”, indaga. O advogado tributarista Fernando Bortolan Massignan explica que a maioria das empresas do setor sofrerá com a mudança.
Recuperação
A expectativa do governo Michel Temer (PMDB) é de que a medida, que vale também para outros 50 setores da economia, gere recuperação das contas da ordem de R$ 4,8 bilhões ainda em 2017.
Fonte: Bem Paraná, 08 de junho de 2017
Fonte: sintracimento.org.br