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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Ladrilhos Hidráulicos, Produtos de Cimento, Fibrocimento e Artefatos de Cimento Armado de Curitiba e Região

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Mercado de trabalho com mais espaço aos experientes

Em cinco anos, o número de pessoas com mais de 50 anos com carteira assinada cresceu 31,5% no Brasil e 17% no Paraná

                           

                                                          

O aumento da expectativa de vida e a necessidade de se manter no mercado de trabalho fizeram com que, pela primeira vez, o País tenha cinco gerações empregadas com carteira assinada. Nos últimos cinco anos, segundo o Ministério do Trabalho, o número de pessoas com mais de 50 anos com carteira assinada no Brasil saltou de 6.260.544, em 2010, para 8.234.584, em 2015 (+ 31,5%). No Paraná, 16,89% dos postos de trabalho formais, em 2015, estavam ocupados por trabalhadores com mais de 50 anos. 

"As pessoas estão se aposentando mais tarde e as empresas estão procurando equilibrar a força de trabalho com pessoas mais maduras. Elas trazem uma certa tranquilidade para o ambiente de trabalho. É um perfil mais estável", afirma o especialista em Recursos Humanos Yonder Kou, diretor do Espaço de Desenvolvimento da ABRH do Paraná (Associação Brasileira de Recursos Humanos). 

Os dados da Rais (Relação Anual de Informação Sociais), do Ministério do Trabalho, mostram que o número de pessoas entre 50 e 64 anos no mercado formal de trabalho cresceu quase 30% nos últimos cinco anos. Em 2010, havia 5.899.157 trabalhadores com carteira assinada nessa faixa etária; em 2015, eram 7.660.482. Também houve aumento na faixa etária acima de 65 anos. Em 2010, 361.387 trabalhadores ocupavam vagas formais de trabalho. O número subiu para 574.102, um aumento de 58,8%. 

O número de paranaenses entre 50 e 64 anos com carteira assinada subiu 39,81% entre 2010 e 2015. Os volume de trabalhadores com mais de 65 anos contratados cresceu 75,29%. Nestes cinco anos, a participação da faixa etária acima de 50 anos no mercado de trabalho também evoluiu. Representava 13,35% do total de empregos no Estado, em 2010; e, em 2015, subiu para 16,89%. 

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, avalia que a inserção das pessoas de mais idade ao mercado permite aos profissionais com mais experiência e em idade produtiva contribuírem para o crescimento do País. "Estamos envolvidos nessa causa contra a discriminação no mercado de trabalho, sobretudo em relação ao idoso trabalhador", diz Nogueira. 

Continuar trabalhando depois de aposentado, seja para aumentar a renda familiar, seja para dar um novo sentido ao tempo livre, pode trazer benefícios a todos os envolvidos, afirma o coordenador de Relações do Trabalho do ministério, Antônio Artequilino da Silva. 

"A empresa que contrata um aposentado se beneficia com o aporte de conhecimento que essa pessoa acumulou durante toda uma vida. Além da maturidade, responsabilidade, confiança, pontualidade, entre outras vantagens. E a integração e a interação entre diferentes gerações fortalecem a equipe de trabalho", afirma. 

                                                  

ESTADO DE ESPÍRITO 

O especialista em RH sustenta que a busca das empresas por pessoas com mais idade não tem muita relação com a faixa etária, mas sim com o estado de espírito e um perfil da própria empresa. "São pessoas que estão mais dispostas a aprender, que conhecem a empresa e áreas correlatas. E a empresa também precisa entender que a diversidade de gerações dentro da empresa gera melhores resultados. A Google, por exemplo, contrata estagiários com mais de 40 anos", comenta Kou. 

A GOL Linhas Aéreas Inteligentes lançou recentemente uma campanha de inclusão de pessoas da chamada "melhor idade" nos processos seletivos da empresa. "Sempre pautamos a atuação da empresa no respeito às pessoas em suas individualidades, e o ‘Experiência na Bagagem’ só reforça o nosso compromisso de oferecer mais oportunidade para todos", destaca Jean Carlo Nogueira, diretor de RH da companhia aérea. 

O diretor da ABRH do Paraná, Yonder Kou, enfatiza que é preciso entender que mudou a forma de trabalhar e os mais experientes precisam saber conviver com as novas gerações. "Percebemos que essas pessoas têm um perfil mais consultivo do que operacional nas empresas", afirma. Ele acredita que o jovem tem mais dificuldade de se inserir no mercado do que os trabalhadores mais maduros. 

                                                 

CRISE 

Os dados da Rais mostram que o setor de serviço tem mais receptividade aos mais experientes. Quase 2,6 milhões de trabalhadores de 50 a 64 anos estavam empregadas com carteira de trabalho no segmento em 2015. Outros 200.481 trabalhadores tinham mais de 65 anos. 

A administração pública empregava 2,5 milhões de pessoas entre 50 e 64 anos (outros 209.851 com mais de 65 anos), seguida da indústria de transformação (923 mil empregados entre 50 e 64 anos e mais 50,5 mil acima de 65 anos) e do comércio (864 mil dos 50 aos 64 anos e 52 mil com mais de 65 anos).

Apesar do aumento na participação no mercado, a faixa acima dos 50 anos sentiu o peso da crise econômica. De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), nos últimos 12 meses mais de 2 milhões de pessoas de 50 a 64 anos perderam o emprego nesse período e 99,2 mil acima de 65 anos foram desligados. No mesmo período, houve 931.413 mil contratações de pessoas nas duas faixas etárias.

                            

Fonte: Folha de Londrina, 30 de junho de 2017

 

Fonte: sintracimento.org.br

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