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Maia e Alcolumbre tentam emplacar Joice Hasselmann na liderança do governo no Congresso

Joice foi cabo eleitoral de Rodrigo Maia em sua reeleição à presidência da Câmara. Na foto, os dois conversam com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz

J. Batista/Ag. Câmara
J. Batista/Ag. Câmara

Débora Álvares e Edson Sardinha  

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-AL), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), trabalham para que a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) assuma a liderança do governo no Congresso. Eles insistiram com o presidente Jair Bolsonaro nesta semana que é preciso reforçar a articulação política para que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência tenha a celeridade esperada. Os dois entendem que Joice é o nome mais indicado para a função.

A deputada tentou ser indicada como líder da Câmara, mas acabou preterida. Em escolha pessoal, Bolsonaro optou pelo também estreante Major Victor Hugo (PSL-GO), um consultor legislativo da Casa com quem ele mantinha boa relação nos tempos de deputado. Victor Hugo, no entanto, encontra grande dificuldade de interlocução com os demais parlamentares, por sua falta de experiência política e de acesso às siglas mais próximas ao governo.

>> Conheça o perfil individual de cada parlamentar

Na última semana, o governo sofreu sua primeira derrota com a derrubada do decreto que afrouxava regras da Lei de Acesso à Informação. Na ocasião, Major Victor Hugo foi criticado até mesmo por deputados da própria bancada do PSL. “Como eles não confiam, nem respeitam o líder do governo, precisam ter alguém que faça a ponte”, afirmou sob condição de anonimato um parlamentar da legenda que também defende o nome de Joice para a liderança do governo no Congresso.

A demanda foi levada a Bolsonaro na última quarta-feira (20), quando ele entregou no próprio Congresso a proposta da reforma da Previdência. Por causa do início de tramitação da PEC, o presidente deve confirmar o nome de Joice nos próximos dias. A reforma começará a tramitar na Câmara pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que, de acordo com Rodrigo Maia, será instalada na próxima terça-feira (26).

>> “Deputados que juraram amor a Bolsonaro” agora rejeitam relatar reforma, diz Joice

Reforma da Previdência

Na Casa, após a CCJ, a proposta seguirá para uma comissão especial e, em seguida, para dois turnos de votação no plenário. É essa a etapa que gera preocupação nos aliados do governo, já que há necessidade de apoio de 308 deputados. Nas comissões, basta a maioria dos votos entre os parlamentares presentes. Nesse momento, os cálculos mais otimistas indicam cerca de 200 votos a favor da PEC. Fontes próximas a Rodrigo Maia destacam que ele quer levar a proposta ao plenário após o feriado da Páscoa, em 21 de abril.

Aí entra a importância de Joice Hasselmann como líder do governo no Congresso. Próxima a Bolsonaro, com bom trânsito na maioria dos partidos, Maia e Alcolumbre esperam que a deputada consiga fazer o intercâmbio necessário para negociar o texto final. Ela já mapeou pontos polêmicos, tem conversado com interessados em assumir a relatoria e acompanha as discussões com a equipe econômica.  "Deputados que juraram amor eterno ao presidente, agora se afastam. Se o texto é muito duro, a gente começa a discutir em cima do texto duro e começa a apanhar em cima dele", disse ela ao Congresso em Foco.

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Polêmicas

Dona de um discurso radical contra a esquerda, sobretudo, o PT, seu alvo preferencial, a deputada não é consenso entre os colegas de partido.  Antes mesmo da posse, teve atritos, pelo grupo do Whatsapp da bancada, com o hoje senador Major Olimpio (PSL-SP) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Parte dos deputados do PSL deu razão a Olimpio e Eduardo, que rebateram críticas dela à falta de articulação do novo governo e às suas movimentações antes mesmo de assumir o mandato.

Joice foi principal cabo eleitoral de Rodrigo Maia, na disputa vitoriosa à reeleição da Câmara, dentro do PSL. O deputado considera que sua participação foi decisiva para que ele conquistasse o apoio do partido do presidente da República, que ensaiava apoiar outro candidato.

Próxima a Jair Bolsonaro, a deputada ocupa o gabinete que já foi um dia do ex-presidente Lula, quando deputado constituinte. Para fazer jus à sua fama de antipetista, que ganhou quando trabalhava no site e na TV da revista Veja, convidou religiosos para, segundo ela, "exorcizarem" o ambiente. A paranaense radicada em São Paulo chegou à Câmara catapultada por mais de 1 milhão de votos, número que fez dela a deputada federal mais bem votada da história. Ela mantém no Youtube um canal em que faz comentários polêmicos e que reúne mais de 1 milhão de inscritos.

Procurada pela reportagem para comentar a possibilidade de assumir a liderança do governo no Congresso, Joice disse que não comenta o assunto.

 

Congresso em Foco

 

Fonte: sintracimento.org.br

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