Baixa sindicalização exige reaproximação das bases, diz Fitmetal
Levantamento feito pela Fundação Perseu Abramo demonstra, com riqueza de dados, os baixos índices de sindicalização de trabalhadores no Brasil e as mudanças ocorridas entre o período de 2012 e 2017. Para a direção da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), os números mostram com clareza a necessidade urgente de sindicatos realizarem campanhas intensas para que os trabalhadores se reaproximem das entidades que os representam.
Por Fernando Damasceno
Número de trabalhadores sindicalizados no Brasil caiu de 14,6 milhões em 2015 para 13,1 milhões em 2017
Logo após a perda de validade da Medida Provisória 873/2019, que tratava do impedimento do desconto da contribuição sindical da folha de pagamento dos trabalhadores, os dirigentes da Fitmetal avaliam que é tempo de cada líder sindical se voltar cada vez mais para sua base de atuação, procurando criar mais vínculos com a categoria.
De acordo com os dados, em 2012 o Brasil tinha cerca de 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados. Em 2015, o número chegou a 14,6 milhões, mas em 2017 regrediu para 13,1 milhões. Segundo a tabela, os estados do Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão entre os que mais perderam filiados.
“Esse processo certamente se deve a fatores como a alta do desemprego, à rotatividade de mão de obra e toda a campanha contrária que foi feita nos últimos anos contra o imposto sindical”, argumenta o presidente da Fitmetal, Marcelino da Rocha. “O cenário teve grande reflexo na desfiliação dos trabalhadores de suas entidades, assim como as históricas práticas antissindicais de algumas empresas e dos impactos da reforma trabalhista”, complementa.
Informalidade e contradições
O secretário de Relações Internacionais da Fitmetal, Francisco Sousa, dá destaque também para os altos níveis de informalidade que vigoram no mercado de trabalho brasileiro. Além dos 12,9 milhões de desempregados, segundo dados do IBGE de junho de 2019, há também cerca de 11,4 milhões de pessoas em algum tipo de atividade sem carteira assinada.
“O espaço perdido pelo movimento sindical para os demais movimentos populares tem um aspecto marcante nessa nova quadra política. A estratégia do avanço da informalidade, junto à desregulamentação da CLT e à fragilidade de setores importantes da economia trazem novos dilemas e exigem respostas mais precisas do movimento sindical”, argumenta o dirigente, que também é secretário-geral da União Internacional Sindical de Metalúrgicos e Mineiros (UISMM).
Para Wallace Paz, secretário-geral da Fitmetal, o cenário de crise político-econômica e suas consequências permitiram que os empresários e os governos Temer e Bolsonaro pusessem em prática uma ofensiva contra a classe trabalhadora. “Isso afetou diretamente a forma de custeio dos sindicatos, colocando-nos numa contradição sobre a melhor forma de atuação, sobre o processo de renovação de lideranças e outros aspectos da relação com cada categoria. Tudo somado acaba afastando o trabalhador dos sindicatos”, avalia o dirigente, que também vê, em meio à crise, exceções que podem inspirar outras entidades. “Os sindicatos que vêm conseguindo fazer um bom trabalho, mesmo diante da atual crise, apostaram em uma relação mais próxima, mais presente, junto à categoria”.
De acordo com os dados, em 2012 o Brasil tinha cerca de 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados. Em 2015, o número chegou a 14,6 milhões, mas em 2017 regrediu para 13,1 milhões. Segundo a tabela, os estados do Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão entre os que mais perderam filiados.
“Esse processo certamente se deve a fatores como a alta do desemprego, à rotatividade de mão de obra e toda a campanha contrária que foi feita nos últimos anos contra o imposto sindical”, argumenta o presidente da Fitmetal, Marcelino da Rocha. “O cenário teve grande reflexo na desfiliação dos trabalhadores de suas entidades, assim como as históricas práticas antissindicais de algumas empresas e dos impactos da reforma trabalhista”, complementa.
Informalidade e contradições
O secretário de Relações Internacionais da Fitmetal, Francisco Sousa, dá destaque também para os altos níveis de informalidade que vigoram no mercado de trabalho brasileiro. Além dos 12,9 milhões de desempregados, segundo dados do IBGE de junho de 2019, há também cerca de 11,4 milhões de pessoas em algum tipo de atividade sem carteira assinada.
“O espaço perdido pelo movimento sindical para os demais movimentos populares tem um aspecto marcante nessa nova quadra política. A estratégia do avanço da informalidade, junto à desregulamentação da CLT e à fragilidade de setores importantes da economia trazem novos dilemas e exigem respostas mais precisas do movimento sindical”, argumenta o dirigente, que também é secretário-geral da União Internacional Sindical de Metalúrgicos e Mineiros (UISMM).
Para Wallace Paz, secretário-geral da Fitmetal, o cenário de crise político-econômica e suas consequências permitiram que os empresários e os governos Temer e Bolsonaro pusessem em prática uma ofensiva contra a classe trabalhadora. “Isso afetou diretamente a forma de custeio dos sindicatos, colocando-nos numa contradição sobre a melhor forma de atuação, sobre o processo de renovação de lideranças e outros aspectos da relação com cada categoria. Tudo somado acaba afastando o trabalhador dos sindicatos”, avalia o dirigente, que também vê, em meio à crise, exceções que podem inspirar outras entidades. “Os sindicatos que vêm conseguindo fazer um bom trabalho, mesmo diante da atual crise, apostaram em uma relação mais próxima, mais presente, junto à categoria”.
Fonte:sintracimento.org.br