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Bolsonaro imita modelo de FHC e usa BNDES para acelerar a privataria

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não é apenas o gestor do Programa Nacional de Desestatização (PND). No governo Bolsonaro, a diretiva é usar a instituição para acelerar as privatizações, com foco inicial na venda de ativos nos quais a União tem fatia minoritária. De cara, o BNDES quer entregar à iniciativa privada partes de sua participação no IRBBrasilRe e na Vale.

 

 

A informação foi confirmada ao Valor Econômico por Eliane Lustosa, diretora da área de desestatização e estruturação de projetos do BNDES. Segundo ela, há casos em que o BNDES vai até contratar outros bancos, a pedido da União, para ajudar na venda dos ativos. "Na área de energia elétrica, por exemplo, há possibilidade de contratar bancos no mercado para fazer a venda de forma mais rápida", disse Eliane.



Na visão dela, o BNDES está resgatando o papel na discussão das privatizações, como ocorreu no PND dos anos 1990, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Enquanto a reforma da Previdência patina no Congresso e põe o mercado em alerta, o BNDES virou a ponta de lança do entreguismo. 



A carteira do banco já tem uma série de ativos que podem passar por processos de privatização e de estruturação de projetos. São 44 projetos de desestatização em andamento já qualificados pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Se os planos se consumarem, o governo Bolsonaro vai pôr à venda distribuidoras de energia elétrica, companhias de saneamento, rodovias, projetos de iluminação pública, projetos imobiliários, uma distribuidora de gás natural e dois projetos de portos, entre outros ativos.



Eliane explica que o banco está começando esse processo mais rápido de venda pelos ativos nos quais a União tem participações minoritárias. É que, nos casos em que a operação envolve venda de controle acionário, a privatização em si tem de ser feita por licitação. Mas, mesmo nesses casos, o BNDES também poderá chamar outros bancos, em nome da União, para ajudar na venda. 



De acordo com Eliane, o peso do banco nas privatizações será reforçado pela criação de uma diretoria específica para cuidar do tema, sob seu comando. Essa diretoria ajudará não somente a União, mas também estados e municípios alinhados à privataria. "O banco está voltando a se posicionar, como no passado, para ajudar a União e estados a vender ativos", disse Eliane. Com esse objetivo, parte da equipe de mercado de capitais do banco reforçou a área de desestatização.



Da Redação, com informações do Valor Econômico
Fonte:sintracimento.org.br

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