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#RespondeBolsonaro. Por que Michelle Bolsonaro recebeu R$ 89 mil de Queiroz?

Por Congresso Em Foco 

O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle

Carolina Antunes/PR

Carolina Antunes/PR

Na tarde de domingo (23), em Brasília, após ser questionado  por um repórter do jornal O Globo sobre depósitos em cheque no valor total de R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente disse ao jornalista: "“Vontade que tenho é encher sua boca de porrada”.

Ameaça é crime previsto no artigo 147 do Código Penal.

Art. 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único – Somente se procede mediante representação.

Por isso, como tantos outros jornalistas e veículos, repetimos a pergunta ao presidente: Por que Michelle Bolsonaro recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?

Reações

Além das reações de repúdio e repetição da pergunta nas redes sociais, diversas instituições condenaram a a ameaça do presidente ao jornalista.

Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, afirmou que "essa ameaça de agressão física se soma a um histórico de forte hostilidade de Bolsonaro contra jornalistas e marca um novo patamar de brutalidade". O texto, também assinado pela Artigo 19, Conectas Direitos Humanos, Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB e Repórteres sem Fronteiras.

Leia a íntegra

Abraji condena ameaça de Bolsonaro de agressão física a jornalista

Durante uma visita à Catedral de Brasília no domingo, 23.ago.2020, o presidente do Brasil disse a um jornalista que gostaria de agredi-lo fisicamente. Abraji, Artigo 19, Conectas Direitos Humanos, Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB e Repórteres sem Fronteiras se solidarizam com o repórter e condenam mais um episódio violento protagonizado por Jair Bolsonaro, cuja reação, ao ouvir uma pergunta incisiva, foi não apenas incompatível com sua posição no mais alto cargo da República, mas até mesmo com as regras de convivência em uma sociedade democrática. Um presidente ameaçar ou agredir fisicamente um jornalista é próprio de ditaduras, não de democracias.

A ameaça se deu quando um repórter questionou o presidente sobre os depósitos realizados por Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O mandatário respondeu à pergunta com a frase: "Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?". Os colegas do jornalista perguntaram se a resposta era uma ameaça ao profissional, ou mesmo à imprensa como um todo, mas o presidente deixou o local sem responder.

Essa ameaça de agressão física se soma a um histórico de forte hostilidade de Bolsonaro contra jornalistas e marca um novo patamar de brutalidade. Desde o início de seu mandato, em jan.2018, Jair Bolsonaro vem demonstrando carecer de preparo emocional para prestar contas à sociedade por meio da imprensa, uma responsabilidade de todo mandatário nas democracias saudáveis. Jornalistas têm sido vítimas de agressões verbais constantes ao cumprir sua obrigação profissional de questionar o presidente sobre ações do governo federal e indícios de corrupção ao longo de sua carreira política.

A questão da segurança do trabalho dos jornalistas que cobrem a Presidência da República sob Bolsonaro é uma preocupação recorrente. Em jun.2020, organizações da sociedade civil entraram com uma ação na justiça do Distrito Federal solicitando ao governo que garanta a segurança de jornalistas que cobrem a agenda presidencial – sobretudo os que ficam diante do Palácio do Alvorada e que vinham sendo atacados com frequência por apoiadores do presidente. As agres.sões levaram diversos veículos a interromper a cobertura diária na frente do palácio.

O discurso hostil e intimidatório de Bolsonaro contra a imprensa vem incentivando sua militância a assediar jornalistas nas redes sociais nos últimos meses, inclusive com ameaças de morte e agressões aos profissionais e a seus familiares. Em pelo menos dois casos, um em Minas Gerais e outro em Brasília, este último no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (03.mai.2020), apoiadores do presidente agrediram repórteres que estavam no desempenho de suas funções. A frase "minha vontade é encher tua boca com uma porrada" pode ser entendida como uma legitimação do cometimento de crimes como esses.

Tal comportamento inadmissível por parte de um presidente da República deveria ser condenado por todas as instituições e cidadãos comprometidos com a estabilidade e o progresso do Brasil. As organizações abaixo assinadas esperam sobretudo dos líderes dos Poderes Legislativo e Judiciário uma reação contundente contra mais essa atitude violenta e irresponsável de Jair Bolsonaro.

O Sindicato de Jornalistas do Distrito Federal também repudiou a ameaça do presidente ao repórter. Segundo a entidade, "o presidente Jair Bolsonaro coleciona um histórico absolutamente intolerável de ataques verbais, xingamentos e todo tipo de desrespeito ao trabalho da imprensa". Por esse motivo o sindicato reiterou o pedido de impeachment do presidente.

Leia a íntegra

O presidente Jair Bolsonaro coleciona um histórico absolutamente intolerável de ataques verbais, xingamentos e todo tipo de desrespeito ao trabalho da imprensa, mas neste domingo (23/8) ele conseguiu subir de patamar. Ao se negar a responder uma pergunta, Bolsonaro proferiu uma ameaça gravíssima de violência física contra um jornalista, que estava em pleno exercício do seu ofício.

Durante uma visita à Catedral de Brasília, o presidente foi questionado por um repórter do jornal O Globo sobre as novas revelações de que seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, teria transferido cerca de R$ 89 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, entre 2011 e 2016. De forma covarde, sem ter dignidade para encarar uma pergunta de frente, Bolsonaro afirmou ao jornalista: "Minha vontade é encher tua boca na porrada, tá".

Ameaça é crime previsto no artigo 147 do Código Penal. Vindo de um presidente da República, que recebeu a incumbência e ainda fez o juramento de zelar pelo respeito à Constituição e às leis do país, torna-se um crime ainda mais grave. Até quando as instituições do país vão seguir fazendo vista grossa para um sem número de barbaridades e violações legais cometidas por este sujeito? Além de autoritário, Bolsonaro não sabe conviver com as regras mais básicas de uma sociedade civilizada e ainda demonstra um completo desequilíbrio emocional para estar à frente do cargo mais importante do país.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se solidarizam com o repórter ameaçado e reiteram pedido de impeachment já assinado pelas entidades representativas. O Sindicato informa que estudará medidas judiciais cabíveis contra o presidente da República por este crime. O trabalho da imprensa é fundamental numa democracia e não deve sofrer intimidações, quanto mais ameaça de interrupção por violência física.

Comgresso em Foco

Fonte:sintracimento.org.br

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