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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Ladrilhos Hidráulicos, Produtos de Cimento, Fibrocimento e Artefatos de Cimento Armado de Curitiba e Região

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Inflação: mostra a sua que eu mostro a minha

 

Em agosto deste ano, o IPCA foi de 0,24%. As famílias mais pobres tiveram, no mesmo período, alta de 0,38%. Já na faixa de renda mais alta o movimento foi inverso, com deflação de 0,10%

Se tem uma coisa que assusta os que tem mais de 40 anos é essa tal de inflação. Três anos atrás, mais ou menos, me desfazendo de algumas papeladas antigas que estavam guardadas na casa de minha mãe, encontrei uma caixa com contracheques datados dos anos 1990. Era impossível mensurar, em valores atuais, as quantias neles expressas. Recebia eu, na época por mês, alguns milhões de ‘dinheiros’ que em poucas semanas desapareciam por completo, por essa tal de inflação que insistia em nos povoar.

De lá pra cá muita coisa mudou, o meu antigo emprego se foi, meus 20 anos também e, depois de muitas tentativas das autoridades monetárias, o fantasma da inflação não nos assombra mais como no passado. Não faltaram empenho e diligência das equipes econômicas para que os indicadores que a medem a inflação, se mantivessem sob certo controle e dentro das metas estabelecidas.

Mas será que a inflação, que até hoje nos assunta, é a mesma para todo mundo? Pesa no meu e no seu bolso da mesma forma? De acordo com o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a resposta é não. Isso porque a cesta de bens que compõe o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) não é a mesma cesta de consumo das famílias. É preciso, portanto, ficar atento ao seu próprio índice de inflação.

Em agosto deste ano, o IPCA – considerado a principal referência de inflação – medido pelo IBGE foi de 0,24%. Já o indicador de inflação por faixa de renda, calculado pelo IPEA, faz uma estratificação dessas informações e considera o que acontece com os preços, a depender do perfil de consumo e faixa de renda. As famílias mais pobres tiveram, no mesmo período, alta de 0,38%, ao passo que na faixa de renda mais alta o movimento foi inverso, com deflação de 0,10%.

A principal alta veio da cesta de alimentos dos domicílios, que tem maior peso no consumo dos mais pobres. Aqui foi o “arroz com feijão” que doeu mais no bolso. Já o topo da pirâmide foi aliviado pela queda do preço dos serviços, como as mensalidades escolares, por exemplo, dada a relevância desse item no orçamento dos mais ricos. Muda o padrão de consumo (e de renda) muda a inflação!

Como o próprio nome sugere, o IPCA mede de forma ampla a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços mais consumidos pelos brasileiros. Sua amplitude é o que explica, em parte, o descolamento de preço, por exemplo, do arroz no bolso do brasileiro e nas estatísticas. Mas a verdade é que a falta de conhecimento sobre a própria cesta de consumo que leva a descrença das pessoas quanto aos números divulgados.

É preciso, portanto, analisar mais no detalhe o que os números querem nos dizer e como são compostos, para entender como impactam nossa vida. O padrão de consumo das famílias é distinto e, por consequência, a composição orçamentaria – e a inflação – também.

Por isso, sempre que possível, vale ter um olhar mais individualizado a respeito do orçamento familiar. Cada família, uma realidade. Minha inflação, não será a mesma que a sua. Realidades mais fáceis, outras muito mais desafiadoras. Mas ao entender essas diferenças, é possível encontrar um caminho, mesmo que estreito, para tornar as finanças pessoais mais eficientes. É o que o número de cada um mostra que, no fim das contas, mais importa.

Valor Investe

 

 

Fonte:sintracimento,org.br

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