Auxílio emergencial amenizou desigualdade de renda para mulher negra
Estudo mostra redução da diferença em relação aos rendimentos obtidos por homens brancos e suas famílias
Por Anaïs Fernandes, Valor — São Paulo
Embora o auxílio emergencial (AE) não tenha sido pensado como uma política específica com esse recorte, o benefício teve efeito importante na proteção das mulheres, em especial das mulheres negras, mitigando o aumento da desigualdade de renda de gênero e raça na pandemia, aponta nota do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da FEA-USP.
A partir de dados da Pnad Covid, do IBGE, a nota observa que, antes da pandemia, a renda do trabalho per capita de famílias chefiadas por homens brancos era cerca de 2,5 vezes maior do que a de famílias comandadas por mulheres negras.
Em agosto, contanto com o auxílio, essa relação havia diminuído para 2,1. Entre os lares chefiados por mulheres brancas, a proporção passou de 1,8 para 1,6 no período e, no caso de homens negros, foi de 1,4 para 1,3, sempre em relação aos domicílios chefiados por mulheres negras.
“Podemos observar o efeito distributivo racial e de gênero do AE, que é responsável por aproximar a renda das famílias chefiadas por mulheres negras da de todas as outras”, escrevem as pesquisadoras Lygia Sabbag Fares, Ana Luíza Matos de Oliveira, Luísa Cardoso e Luiza Nassif-Pires.
Ainda assim, a renda de todos os grupos ganhava das famílias comandadas por mulheres negras, “indicando que as mulheres pretas e pardas sofreram um impacto maior da perda de renda do trabalho em maio e estão experimentando uma recuperação mais lenta”, dizem elas, considerando os dados até agosto.
Fonte: Valor Investe
Fonte:sintracimento.org.br