Dólar recua para R$ 5,85 e bolsa sobe em dia de alívio nas tarifas
O real se valorizou no primeiro dia da semana, em relação à moeda norte-americana. Nesta segunda-feira (14/4), o dólar teve uma ligeira queda de 0,34%, cotado a R$ 5,85, e acompanhou outras divisas mundo afora, com o Índice DXY em baixa de 0,45% ao final do dia. O movimento ocorre no mesmo dia em que o mercado ficou mais aliviado em relação às tarifas dos EUA, com o presidente Donald Trump anunciando isenção para smartphones, computadores e outros semicondutores
Com a medida, as ações da Apple dispararam na abertura do pregão e fecharam em valorização de 2,61%. A bolsa da tecnologia nos Estados Unidos, o Índice Nasdaq, subiu 0,64% no fechamento, enquanto que Dow Jones e S&P 500 encerraram o dia com altas de 0,78% e 0,79%, respectivamente, o que comprova a injeção de ânimo dos investidores de títulos norte-americanos.
Na avaliação do professor de Economia do Ibmec-DF William Baghdassarian, o mercado devolveu parte das perdas na semana anterior, com a percepção de que o tarifaço pode não ser tão negativo quanto se imaginava. “Pelo menos a sensação atual é de que você vai ter um efeito, mas esse efeito vai ser mitigado pelo recuo das tarifas”, considera.
Um dos fatores apontados pelo especialista que exemplificam o alívio dos investidores foi a queda do VIX, conhecido como o “índice do medo” e que calcula o nível de volatilidade no mercado financeiro. No pregão desta segunda-feira, esse índice registrou uma queda expressiva de 18%, o que indica que parte do receio da semana anterior foi embora – mesmo que ainda haja muita incerteza.
“Então se eu tenho um índice que tem menos volatilidade significa que as pessoas estão mais seguras, que o ambiente de negócio é menos incerto e, portanto, faz mais sentido investir. Então a gente está num processo de recuperação, não voltou ainda, mas nesse momento a notícia é positiva”, acrescenta o professor.
Apesar da queda na tensão, o especialista em Mercado Financeiro na Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Hudson Bessa, acredita que a volatilidade nos mercados deve permanecer alta enquanto durarem as políticas tarifárias nos EUA.
“A gente vai continuar vendo nos próximos dias subidas e descidas tanto dos índices de bolsa brasileiros quanto americanos e internacionais, Europa inclusa, nós continuaremos vendo o câmbio subindo e descendo em alguns momentos, e nos diferentes países, e vamos continuar vendo as taxas de juros, também, principalmente as longas, fazendo esse percurso bastante acidentando, cheio de sobes e desces”, destaca.
Nesse contexto de maior incerteza e de dúvida sobre os próximos movimentos dos Estados Unidos, os riscos devem ser ainda maiores. “E por isso a volatilidade vai continuar aumentando. Oportunidades podem surgir para Brasil e outras economias? Sim, mas também tem muitos riscos. O que a gente consegue saber é que hoje há uma névoa à nossa frente que nos impede de ver muita coisa adiante”, complementa.
No mesmo dia, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) saltou 1,39%, e chegou próximo de retomar os 130 mil pontos. A bolsa brasileira surfou na alta das ações da Vale, impulsionada pela valorização do minério de ferro na China, além dos grandes bancos nacionais, como o Itaú, que teve os papeis valorizados em 1,63% no fechamento.
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Fonte:sintracimento.org.br