Confiança da Construção recua em janeiro, após 6 altas seguidas
Indicador da FGV mostrou variação negativa em 1,4 ponto
Por Valor, Valor PRO — São Paulo
O Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas (FGV) variou -1,4 ponto em janeiro para 92,5 pontos, nível próximo ao observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. Em médias móveis trimestrais, após seis altas consecutivas, o índice recuou neste primeiro mês de 2021, ao variar -0,9 ponto.
“O ano se inicia com um arrefecimento no ânimo dos empresários da construção. O resultado ocorre no momento em que vem ganhando destaque a elevação dos preços dos insumos setoriais entre os fatores assinalados como limitantes aos negócios. Desde setembro, o custo dos materiais vem crescendo como fator limitativo, associado ao expressivo aumento dos preços observados a partir desse período. Essa questão deve se manter entre as principais dificuldades do setor nos próximos meses”, diz Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, em comentário no relatório.
O resultado negativo em janeiro refletiu a piora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento presente e redução das expectativas em relação aos próximos meses.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 1,9 ponto para 90,5 pontos, interrompendo uma sequencia de resultados positivos desde junho de 2020. Os indicadores de situação atual dos negócios e de nível da carteira de contratos recuaram respectivamente 2,3 pontos e 1,4 ponto, para 92,5 pontos e 88,7 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, de 95,5 pontos para 94,6 pontos, uma queda de 0,9 ponto. O aumento de 2,0 pontos no indicador de tendência dos negócios no mês não não compensa a queda de 2,6 pontos no mês anterior.
As perspectivas têm se tornado mais voláteis nos últimos meses refletindo o aumento das incertezas do setor, corroborado também pela volatilidade, em sentido inverso, da demanda prevista, que caiu 3,8 pontos neste mês.
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção subiu 1,1 ponto percentual (p.p.), para 74,0%. O resultado positivo foi influenciado tanto pelo aumento de 1,3 p.p. do NUCI de Mão de Obra (de 74,1% para 75,4%), quanto pelo aumento de 0,9 p.p. nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,6% para 66,5%).
Expectativa em queda
Desde novembro, o Indicador de expectativas interrompeu o movimento de alta, a despeito das atividades terem recuperado o patamar pré-pandemia. Assim, o setor começa o ano mais pessimista em relação à evolução dos negócios nos próximos meses do que estava em janeiro de 2020. Esse pessimismo atingiu todos os segmentos da construção – Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados.
“Provavelmente, essa reversão do indicador está associada à conjuntura mais adversa dos últimos meses, como evolução da pandemia, elevação dos preços de insumos, incertezas do cenário macroeconômico. De todo modo, o bom momento vivido pelo mercado imobiliário em 2020 deverá contribuir para o crescimento da atividade ao longo do ano, observou Ana Castelo.”
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
Fonte: Valor Econômico
Fonte:sintracimento.org.br