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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Ladrilhos Hidráulicos, Produtos de Cimento, Fibrocimento e Artefatos de Cimento Armado de Curitiba e Região

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Crise no Brasil (Parte 2): Inflação e desemprego, os combustíveis da revolução

O desemprego dispara. De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) contínua do IBGE, em novembro de 2015, haveria 9,1 milhões de desempregados, 41,5% a mais que no ano anterior. A variação é gigantesca, embora que os números reais sejam muito maiores.


Apesar da gravidade dos índices oficiais do desemprego, considerados normais e até bons num país capitalista atrasado, como é o Brasil, a realidade é profundamente pior à apresentada se levarmos em conta que os dados são coletados apenas nas principais cidades, contemplando apenas um pequeno período de procura do emprego pelos desempregados, a não consideração dos milhões de trabalhadores que trabalham como vendedores ambulantes, prestadores de serviço informais, diaristas, o trabalho escravo, sem nenhum tipo de proteção social, e que são alvo dos organismos de repressão do estado.

O índice real de desemprego é superior a 30%

A população total do Brasil é de aproximadamente 200 milhões de pessoas. A PEA (População Economicamente Ativa) está estimada, pelas estatísticas oficiais, em aproximadamente 103 milhões de pessoas. O número de pessoas em idade ativa, entre 14 e 65 anos, soma aproximadamente 128 milhões. Existem em torno de 11,5 milhões de pessoas não incorporadas ao mercado de trabalho: a população carcerária (500.000 pessoas, recorde mundial em crescimento), os incapacitados para o trabalho (em torno de 7 milhões) e os dependentes nas famílias com rendimentos acima de 20 salários mínimos (estimamos em 4 milhões de pessoas, considerando dois dependentes para cada uma das 2 milhões de pessoas que recebem essa remuneração). Considerando ainda que existem aproximadamente 3 milhões de pessoas que estão na faixa de 10 a 14 anos e entre 65 e 70 anos que estão trabalhando, concluímos que aproximadamente 119,5 milhões de pessoas compõem a PEA real, 16,5 milhões de pessoas a mais que os malabarismos estatísticos oficiais fazem desaparecer.

Até aqui, no cenário do PEA real, temos que o desemprego no Brasil seria de 20,5% (24,5 milhões de pessoas), muito longe dos 6% (6,2 milhões de pessoas) que a propaganda oficial divulga. Se ainda considerarmos que entre os trabalhadores considerados “empregados” são contabilizados mais de 4 milhões de trabalhadores domésticos sem carteira assinada, 6 milhões em “ocupações não remuneradas”, 3 milhões em consumo próprio e 200 mil em construção própria, a taxa de desemprego sobe para 30%.

Os trabalhadores com carteira assinada somam apenas 44 milhões (37,5% do total), dos quais mais de 11 milhões são terceirizados.

Os altos índices de desemprego no Brasil refletem os sintomas da crise capitalista mundial e deverão piorar acentuadamente devido à crescente submissão do governo do PT aos interesses do imperialismo. O desenvolvimento da luta dos trabalhadores contra os ataques da burguesia deixa clara a necessidade de impulsionar as tendências combativas e revolucionárias presentes no interior da classe operária contra o regime capitalista falido.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal
 

Fonte: Diário Liberdade, 23 de fevereiro de 2016

Fonte: sintracimento.org.br

 

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