Sindicatos e governo apontam risco de retrocesso nos avanços conquistados pelas mulheres
Sindicatos e governo apontam risco de retrocesso nos avanços conquistados pelas mulheres
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Os avanços conquistados pelas mulheres brasileiras nos últimos anos correm o risco de retrocesso, avaliaram representantes sindicais e do governo que participaram de debate sobre a democracia na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta segunda-feira (2).
A audiência pública foi a terceira do ciclo de debates sobre democracia realizado pela CDH. As anteriores tiveram a participação de juristas e de representantes religiosos.
Um dos temas discutidos nesta segunda foi a autonomia econômica feminina e salários iguais para trabalhos iguais entre homens e mulheres. Essa independência começa pelo acesso ao estudo, segundo Ailma Maria de Oliveira, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) em Goiás. Ela afirmou que não tem sido respeitado o direito a três meses de licença para estudantes gestantes.
— As escolas impõem à estudante que ela tenha no máximo um mês [de licença]. Isto tem provocado uma grande evasão, principalmente das estudantes gestantes.
Ana Palmira Arruda Camargo, diretora de Comunicação do Sindicato dos Auditores Fiscais, reclamou do desrespeito a direitos trabalhistas, especialmente de funcionárias terceirizadas.
— Nós sabemos daquela trabalhadora, principalmente no telemarketing, que não pode levantar nem para ir ao banheiro.
Eleonora Menicucci, Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, assim como outros participantes, protestou contra o impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. Ela mencionou como conquistas do atual governo a universalização da política de combate à violência contra as mulheres e a lei das trabalhadoras domésticas. Afirmou ainda que a sociedade brasileira precisa rever seus valores culturais.
— Não é suportável, num país ainda tão patriarcal, ser governado por uma mulher.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) afirmou que as propostas de reformas anunciadas pelo vice-presidente Michel Temer caso chegue à Presidência serão um retrocesso.
— Eu fico pensando o quanto de destruição tem esse programa do ponto de vista dos direitos sociais, inclusive de nós mulheres — declarou.
A próxima audiência do ciclo de debates vai acontecer na quarta-feira com a participação de artistas.
Especialistas se preocupam com retrocesso nas contratações femininas:
Fonte: Agência Senado, 03 de maio de 2016
Fonte: sintracimento.org.br