Desvinculação de benefícios previdenciários do salário mínimo divide opiniões
O professor da Universidade Cândido Mendes (RJ) e doutor em ciência política Paulo Tafner defendeu a medida; já a deputada Cristiane Brasil criticou a possibilidade
O professor Paulo Tafner, que proferiu palestra sobre envelhecimento no País e reforma da Previdência Social
A proposta em estudo no governo Michel Temer de desvinculação de benefícios previdenciários do salário mínimo dividiu opiniões em debate, nesta quinta-feira (10), promovido pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados.
O Cedes ouviu professor da Universidade Cândido Mendes (RJ) e doutor em ciência política Paulo Tafner sobre o tema “Impactos do envelhecimento na Previdência e a necessidade de reformas”, para subsidiar o estudo “Brasil 2050 – Os desafios de uma nação que envelhece”.
A relatora do estudo, deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), criticou a possibilidade de desvinculação. Para ela, milhões de pessoas poderão ser condenadas à miséria a partir da aprovação de uma proposta desse tipo.
“O pacto social que está na Constituição tem que ser respeitado para preservação dos direitos dos idosos”, disse. “A renda, seja por meio da Previdência, seja por meio de benefícios sociais, é a única medida protetiva para as pessoas que envelheceram”, complementou.
A deputada afirmou que não é contra a reforma da Previdência, mas acredita que, se idosos receberem menos do que o salário mínimo, poderá ser retirada a dignidade deles. Mas defendeu a revisão do acúmulo dos benefícios previdenciários; o aumento da idade de aposentadoria; e a revisão dos benefícios dos servidores públicos.