Senadores divergem em Plenário sobre andamento do projeto de reforma trabalhista
A leitura do relatório da Reforma Trabalhista, feita na semana passada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), voltou a provocar polêmica no Senado nesta terça-feira (30). O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente da comissão, rebateu críticas feitas pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ela havia apresentado, na última quinta-feira (25) questão de ordem sobre o andamento do projeto (PLC 38/2017).
A reunião em que foi lido o relatório, no dia 23 de maio, terminou após desentendimento entre senadores. Na ocasião, Tasso deu como lido o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e concedeu vista coletiva à matéria. De acordo com a senadora, não houve pedido de vista antes do encerramento da reunião. Para ela, houve descumprimento do regimento interno porque o relatório não havia sido distribuído previamente aos senadores. A senadora pediu a suspensão da tramitação do texto e a anulação da reunião.
Para Tasso, é preciso que tudo seja esclarecido, já que alguns senadores chegaram a fazer acusações de fraude. Por isso, o senador relatou ter encaminhado à Polícia Legislativa do Senado vários questionamentos sobre os fatos ocorridos na data da leitura do relatório. Foram pedidas imagens da reunião.
— Isso colocado, espero que essas respostas sejam dadas. Assim, ficará esclarecido definitivamente se houve quebra de alguma parte do Regimento, se houve qualquer tipo de fraude, se houve qualquer tipo de falta ao decoro e se houve qualquer tipo de crime nessa reunião — declarou.
Em resposta, a senadora disse ter levantado fatos durante a questão de ordem, não acusações levianas. Para ela, o que ocorreu durante a reunião foi "um trator sendo passado por cima da oposição e um relatório dado como lido sem previsão regimental". Gleisi acusou Tasso de querer criminalizar uma discussão política.
— Ele tem todo o direito de fazer pedido sobre a sessão, o que aconteceu e vir aqui fazer a discussão política. Agora ele não pode tratar como caso de polícia divergências numa comissão e num debate político. Chega de criminalizar a política! — argumentou a senadora.
A divergência entre os senadores levou a uma discussão entre Tasso e Lindbergh Farias (PT-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira, teve que interromper a captação dos microfones. Para ele, o texto ainda não chegou ao Plenário e deve ser debatido nas comissões.
Fonte: Agência Senado, 31 de maio de 2017
Fonte: sintracimento.org.br