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Líder do governo fala em ‘apoio condicionado’ e reunião sobre Previdência fracassa

Mensagem de assessora separava parlamentares entre 'consistentes' e 'condicionados'

 

Angela BoldriniCamila Mattoso
BRASÍLIA
 
 

Após o líder do governo de Jair Bolsonaro, Major Vitor Hugo (PSL-GO), enviar mensagem em que divide os líderes da Câmara dos Deputados em "apoio consistente" e "apoio condicionado", a primeira reunião com parlamentares fracassou. 

De acordo com deputados ouvidos pela Folha, lideranças de partidos chamados nanicos compareceram à reunião convocada pela liderança do governo para esta terça-feira (5). 

Este seria o primeiro encontro dos líderes com Vitor Hugo para discutir a reforma da Previdência

No entanto, apareceram os líderes de PPS, Novo, PSC, DC, Solidariedade, PTC e Patriota, que juntam somam apenas 45 deputados.

Segundo um parlamentar, o líder do PR, José Rocha (BA), que comanda uma bancada de 33 deputados, saiu mais cedo do encontro. O PSL de Bolsonaro foi representado por um vice-líder. 

O aviso no WhatsApp foi enviado por uma assessora e dizia: "Líder do Governo convida os líderes do Apoio Consistente e Apoio condicionado para reunião dia 5/2, horário 16h. Local: Liderança do Governo. Anexo 2 sala 107. Por favor dá um ok nas mensagens recebidas. Obrigada Carminha". 

A mensagem foi mal interpretada por deputados, que criticaram a utilização dos termos.

Alguns entenderam que o líder do governo estava tratando todos como parte integrante da base de Bolsonaro.

Também pegou mal a utilização do "apoio condicionado", que seria como se tivesse tratando de parlamentares dispostos a receber algo em troca em uma votação.

"Eu fui chamado para uma reunião de 'apoio condicionado' ou 'consistente', como não sou nem uma coisa nem outra e o quorum estava baixo, deixei a reunião", disse à Folha o líder do Podemos, José Nelto (GO). 

Outras lideranças partidárias na Câmara confirmaram à Folha que a mensagem enviada pela assessoria de Vitor Hugo causou desconforto mesmo em bancadas em que os parlamentares tendem a votar favoravelmente a reforma. 

De acordo com parlamentares, os termos técnicos são utilizados às vezes em levantamentos, por exemplo, do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), mas causou surpresa ter sido usado pelo líder do governo.

Procurado, o líder do governo não respondeu. 

Os deputados têm reclamado de falta de interlocução do governo para a aprovação da reforma. Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, os partidos consideram irreal o prazo de votação até julho, como é desejado pela equipe econômica de Bolsonaro. 

 

Folha de S.Paulo

 

Fonte: sintracimento.org.br

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