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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Ladrilhos Hidráulicos, Produtos de Cimento, Fibrocimento e Artefatos de Cimento Armado de Curitiba e Região

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SINDIMONT: Desemprego em Araucária vira caso de polícia

O clima é de terror e insegurança em Araucária, na região metropolitana de Curitiba (RMC). Empresários, sindicalistas, servidores e até profissionais de comunicação se queixam de sofrerem ameaças, pressões e intimidações constantes por parte de um grupo promotor de ataques, perseguições e violência na cidade e que diz atuar em favor dos desempregados locais.

Ontem (29), dois sindicalistas foram xingados e agredidos na rua por dezenas de pessoas que dizem falar em nome dos desempregados locais, mas que agem com violência, com truculência e que levam intimidação e medo a quem se opõe à forma como atuam e pressionam para impor à força sua vontade.

Nesta quinta-feira (30), os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços nas Áreas Industriais no estado do Paraná – Sindimont –, Gilmar Lisboa (presidente) e Ronildo Pereira (secretário geral), farão o registro da ocorrência em delegacia de polícia, exame de corpo delito e levarão ao Ministério Público do Trabalho (MPT da 9ª Região) uma denúncia formal, acompanhada de pedido de responsabilização e de providências no sentido de garantir a segurança das pessoas que trabalham na sede da entidade. “Se não pudermos contar com o apoio da população de Araucária, dos trabalhadores, e se não tivermos a segurança necessária para garantir a integridade das pessoas que trabalham na entidade, vamos ter de interromper os trabalhos até a responsabilização dos culpados e proteção das pessoas”, disse Gilmar.

Desde que o Sindicato se dispôs a colaborar com a Agência do Trabalhador/Sine e a emprestar sua estrutura e pessoal para auxiliar nos processos de conferência de documentação, fiscalização, comprovação das informações e encaminhamentos ao emprego de trabalhadores residentes em Araucária e região para ocuparem para as vagas de serviço temporário na cidade, seus dirigentes vêm sofrendo perseguições, calúnias e todo tipo de difamação, que estimulam outras agressões e violências contra os sindicalistas. O grupo já atentou contra a sede do Sindimont, agredindo dirigente na ocasião e também já ocupou por diversas vezes a sede do Sine (três vezes somente em uma das semanas de ataques), atrapalhando o atendimento na Agência do Trabalhador, a ponto do órgão desistir de montar os processos, fazer as checagens devidas e teve de requisitar serviços da Guarda Municipal e da Polícia Militar, cujo efetivo é insuficiente para atender à demanda por proteção.

Uma lei municipal, sancionada no ano passado, estabelece a prioridade no preenchimento de pelo menos 70% das vagas com pessoas que morem em Araucária e RMC. Destas, pelo menos 15% devem ser ocupadas por mulheres. O trabalho do Sindimont é simplesmente burocrático e de fiscalização: recolher a documentação (currículos, comprovantes de endereço), triar, checar e conferir as informações e ainda organizar os processos para despachar às empresas. São as empresas que vão selecionar os perfis que interessem a elas. “Sem recursos, sem pessoal e por sofrer as retaliações desse grupo, o Sine não deu conta de continuar fazendo esse trabalho”, explica Gilmar Lisboa.

Nas últimas duas semanas, por meio da atuação do Sindimont, já foram encaminhadas ao trabalho mais de 300 pessoas desempregadas. Nos próximos dias, mais 200 encaminhamentos deverão ser realizados. “Estabelecemos a parceria para dar lisura aos trabalhos nessa pré-seleção, mas quem contrata é a empresa. Até essa liberdade de escolha está ameaçada pela pressão e provocações desse grupo sobre os empresários”, comenta o presidente do Sindicato.

Conflito similar já aconteceu em Cubatão-SP e as autoridades locais estão de olho nesse tipo de atuação padronizada, bem como na possibilidade de que interesses eleitorais estejam por trás das motivações dos tumultos, manipulações e comoções.  “O Sindimont, no momento de maior dificuldade das famílias, que é enfrentar uma situação de desemprego, se dispõe a conciliar seu trabalho de representação da categoria para recolocar as pessoas, demonstrando uma atitude responsável, transparente e comprometida com essa problemática social”, disse o advogado da entidade, André Passos. “É inaceitável que em função dessa atitude os dirigentes sindicais sofram ameaças e retaliações por parte de quem lucra com a miséria e o desespero dos trabalhadores”, acrescentou Passos.

Dos mais de 11 mil desempregados na cidade de Araucária, quase a metade está na base do Sindimont. São operários que prestam serviços temporários nas terceirizadas do ramo de montagem e manutenção industrial.

Fonte: SINDIMONT, 1º de julho de 2016
 

Fonte: sintracimento.org.br

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