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Mourão diz que militares querem entrar em segunda etapa da reforma da Previdência

Bolsonaro também disse mais cedo que militares entrariam em segunda parte da reforma

 

Talita Fernandes

BRASÍLIA

Em linha com o que defendeu Jair Bolsonaro em Davos, o presidente interino, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira (23) que os militares querem ser incluídos apenas em uma segunda etapa da reforma da Previdência.

"Eu acho que essa é a ideia do ministro da Defesa e do segmento militar", disse ao deixar o Palácio do Planalto.

Segundo Mourão, ficaria mais fácil fracionar a proposta de modificar as regras da aposentadoria porque o sistema previdenciário dos militares é alterado por meio de lei ordinária, mais simples de ser aprovado no Congresso por necessitar de menos votos.

Já para o regime geral, a reforma da Previdência tem de ser feita por meio de PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que exige ao menos três quintos dos votos do Legislativo para virar lei. 

O presidente interino disse que essa decisão ainda não foi tomada e que isso dependerá de Bolsonaro. 

"Quem decide é o presidente, porque o projeto de lei é mais fácil. É maioria simples, acabou", defendeu.

Em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, Bolsonaro afirmou em entrevista à Bloomberg que a inclusão dos militares no pacote de alterações do sistema de aposentadoria brasileiro deve acontecer em uma segunda parte da reforma da Previdência.

Em entrevista a John Micklethwait, editor-chefe da Bloomberg News, o presidente disse que o governo espera pequenos ajustes entre a proposta que apresentará e a que o Congresso aprovará, mas afirmou que "será uma reforma bastante substancial”.

Militares entrarão "na segunda parte da reforma", disse o mandatário sem dar mais detalhes. Ele está em Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial.

Reportagem da Folha mostrou que a reforma se encaminha para incluir militares, já que um número cada vez maior de membros do governo Bolsonaro oriundos das Forças Armadas tem expressado concordância com a proposta.

A reforma da Previdência é vista como crucial para o governo que tem como seus principais desafios ajustar as contas públicas do país. Para este ano, a previsão é de um deficit fiscal de R$ 139 bilhões. 

A proposta deve ser apresentada até a segunda semana de fevereiro ao Congresso, logo no início do ano legislativo. 

 

Folha de S.Paulo

 

Fonte: sintracimento.org.br

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