Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Ladrilhos Hidráulicos, Produtos de Cimento, Fibrocimento e Artefatos de Cimento Armado de Curitiba e Região
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O CMN (Conselho Monetário Nacional) autorizou o Banco Central a repassar o recurso para o Tesouro Nacional, resultado do lucro com operações cambiais
(Fotomontagem: PT)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou na quinta-feira (27) o Banco Central a repassar R$ 325 bilhões para o Tesouro Nacional. O dinheiro é resultado de lucro do Banco Central (BC) com operações cambiais, que ficou em torno de R$ 470 bilhões. Os recursos só podem ser usados para pagamento da Dívida Pública Mobiliária Interna, isto é, o endividamento do governo feito em reais. De acordo com o conselho, o valor poderá ser ampliado “caso haja necessidade”.
A nova medida de Paulo Guedes é uma verdadeira doação aos bancos, que ganham duas vezes com a transferência dos recursos, avaliam economistas. O Tesouro resgata títulos e paga os credores, ou seja, os bancos. Com isso, aumenta as reservas bancárias e tem que enxugar a liquidez. E faz isso com títulos do Tesouro na carteira do Banco Central (operações compromissadas). Ou seja, a dívida fica no mesmo patamar e o governo enche as burras do mercado com dinheiro público.
Em nota, o CMN afirmou que a lei prevê esse tipo de transferência “em situações de severas restrições nas condições de liquidez que afetem de forma significativa o refinanciamento da dívida pública”. Na segunda-feira, 17, o Banco Central realizou reunião com o Tribunal de Contas da União para “encaixar” como “severas restrições” a situação fiscal criada pela pandemia. Em 2019, a transferência compulsória desses recursos foi interrompida para aprimorar a governança e a transparência da relação entre o BC e o Tesouro.
Senador Paulo Rocha (PT-PA). Foto: Alessandro Dantas